O ciclo 'Um Músico, Um Mecenas' prossegue com o 8.º concerto desta temporada, desta vez com um músico-mecenas muito especial, a presidente da Associação dos Amigos do Museu Nacional da Música, Luísa Amaro, que interpretará Carlos Paredes na guitarra portuguesa do construtor Kim Grácio, da coleção do Museu Nacional da Música (inv. n.º MM 1386), recentemente encordoada por Gilberto Grácio. A entrada é livre.
SOBRE A FAMÍLIA GRÁCIO
Vários são os elementos desta família que se dedicaram à construção de cordofones.
João Pedro Grácio (1872-1963), o patriarca, que começou por ser carpinteiro, rapidamente se tornou fabricante de guitarras, bandurras, bandolins e violas. Tinha oficina em Lisboa e mudou-se para Coimbrão, tendo posteriormente regressado à capital. Ensinou a arte da construção aos seus seis filhos rapazes. Foi premiado na Exposição Universal de 1900 e colaborou, na década de 40, com Artur Paredes e o filho Joaquim (Kim) Grácio (1912-1994) na definição do modelo da guitarra de Coimbra.
João Pedro Grácio Júnior (1903-1967) foi um guitarreiro do Cacém, especializado em guitarra portuguesa, que, como o seu filho Gilberto, construiu instrumentos para Carlos Paredes. Gilberto Grácio (1936-) começou na oficina do pai, no Cacém. Construindo guitarras de Lisboa e de Coimbra, bandolins e violas, reativou também a oficina do avô em Coimbrão nos anos setenta. É o último dos membros desta família em atividade.
Kim Grácio montou oficina em Lisboa, tendo emigrado para os EUA (Chicago) em 1961. Além do importante papel que desempenhou como construtor de guitarras, ficou também conhecido pelo fabrico de violinos e arcos. Regressou a Portugal em 1976 e teve oficina em casa, na Costa da Caparica, e em Sobreda.
SOBRE O CICLO “UM MÚSICO, UM MECENAS”
“Um Músico, Um Mecenas” é um ciclo de concertos de entrada livre organizado pelo Museu Nacional da Música e que tem como objetivo divulgar o importante acervo do Museu, dando voz a tesouros nacionais e instrumentos de valor histórico único da sua coleção, considerada uma das mais ricas da Europa.
Os concertos deste ciclo são autênticas viagens a este espólio, conduzidas por grandes intérpretes nacionais e internacionais, que dão a conhecer os instrumentos através de concertos comentados e de uma contextualização histórica estendida, muitas vezes, ao repertório escolhido.
A interpretação, a necessária manutenção dos instrumentos musicais e a comunicação da história de cada um deles são fatores intimamente ligados e que resultam numa ação concertada entre o Museu Nacional da Música e os Mecenas do ciclo (músicos, construtores / restauradores e outros parceiros).
«UM MÚSICO, UM MECENAS 2016»
30 de Abril Violoncelos de Joaquim José Galrão (1769 e 1781) Raquel Reis e Martin Henneken Sonatas para violoncelo e baixo contínuo de Francesco Geminiani (1687-1762) 18 de Maio Violoncelo Stradivarius Chevillard - Rei de Portugal (1725) e piano Bechstein (1925) Levon Mouradian e Marina Dellalyan Schubert, Schumann e Manuel de Falla
25 de Junho Viola da Gamba Pieter Rombouts (1.ª metade do séc. XVIII) e Cravo Antunes (1758) Sofia Dinis e Flávia Castro Música Europeia sem fronteiras
30 de Julho Clavicórdios do séc. XVIII José Carlos Araújo Música Ibérica do séc. XVIII
6 de Agosto Tiorba Matheus Buchenberg (1608) Pietro Prosser (Itália) Toccate e Partite - Musica per tiorba tra la Roma e la Bologna del Seicento
10 de Setembro Violoncelo Dinis (1797) e Órgão Fontanes (1780-90) Diana Vinagre e Miguel Jalôto Bolonha 1689 - O despertar do violoncelo
1 Outubro Violoncelo Stradivarius Chevillard - Rei de Portugal (1725) e piano Bechstein (1925) Marco Pereira e Joana David Beethoven e Brahms
5 Novembro Guitarra portuguesa de Kim Grácio (c. 1960) Luísa Amaro Carlos Paredes
19 Novembro Violoncelo Lockey Hill de Guilhermina Suggia (c. 1800) e piano Bechstein de Luiz de Freitas Branco (1920) Fernando Costa e Luís Costa Luís de Freitas Branco, Luís Costa e Fernando Lopes-Graça
10 Dezembro Violino Sanhudo (1867) e piano Bechstein (1925) Daniel Bolito e Duarte Pereira Martins Sonatas de Beethoven, Brahms e Prokofiev
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